Há um ano atrás, tinha feito nesta prova o meu melhor tempo de sempre numa Meia-Maratona.
Esta prova é muito rápida (mais de 18 km em linha) e excelente para bater records. Só há um quilómetro a subir e esse quilómetro é compensado por outro a descer.
Estava a apontar para 1h42m, calculados com base no meu tempo da Maratona do Porto, no mês passado. Fazer uma hora e quarenta e dois minutos numa Meia-Maratona, implica correr a 4 min e 50 por quilómetro.
Eu passei a semana anterior no Canadá, a trabalhar, e regressei no Sábado. Ainda estava um bocado cansado da viagem e com o sono meio trocado, pelo que, sinceramente, não me apetecia correr. Como estava inscrito, e como tinha a fezada de que ia bater o meu record, fui à prova. Saí de casa a correr e apenas comi uma maça, o que se revelou um grande burrada (já aqui volto) para quem normalmente come um croissant misto antes das provas.
Adiante.
Antes do arranque, o Rudolfo começou a demonstrar algum interesse em ir atrás da 1h45m. Começou a fazer contas e viu que 1h45 são 5 min por quilómetro, e não parecia intimidado com isso. Um bocadinho antes do arranque, disse-lhe para vir comigo, que fazía-mos 1h45 de certeza. Não gosto muito de decidir estas cenas na hora de arranque, mas acabou por ser uma boa ideia.
Fizemos os dois primeiros a um ritmo mais calmo, e depois começámos a baixar para os 4m50s. Quilómetro após quilómetro, estavamos a correr ligeiramente abaixo do alvo, o que estava a baixar o ritmo médio de forma consistente.
A certa altura deram-me um gel, que eu estava a evitar consumir, porque não conheço a marca, e não queria inventar em prova. Mas a verdade é que já me estava a faltar um bocado de força, apesar de o ritmo se estar a manter mais ou menos constante.
Um bocado antes do ponto de retorno, virei-me para o Rudolfo e disse-lhe “ou vais mandar um grande estoiro, ou estás em grande forma“.
Eu estava em linha para os meus 1h42m. O Rudolfo estava em linha para uma super melhoria, pois o record dele era cerca de 1h58m. Era preciso era chegar ao final.
Eu aqui já estava a sentir a quebra da falta de pequeno almoço, apesar de continuar com um ritmo consistente. Mandei o Rudolfo embora várias vezes, porque me parecia que ele se estava a conter, mas ele disse-me que não estava assim tão bem, e ficou por ali. Combinámos que aos 18 km ele se ia embora, mesmo que eu não conseguisse acompanhar.
Ali entre os 13 e os 14 km, tive mesmo de tirar o gel do bolso. Comi-o. Passados uns minutos, já estava com mais ânimo – resta saber se foi por causa do gel ou do efeito placebo.
Os quilómetros continuam a passar rapidamente e lá chegámos à marca do 18º. Olhei para o relógio e vi que a 1h42m estava feita. Agora era tentar melhorar. Ainda consegui acelerar, tendo feito um dos ultimos quilómetros a 4m31s – o mais rápido desta prova.
Acabei a prova com 1h41m34s.
Curiosamente esta prova acabou por ser muito semelhante à de 2013, na qual fiz uma boa equipa com o Valter. Sem a ajuda do Rudolfo, provavelmente não teria feito este tempo.
O Rudolfo não só não estoirou, como tirou cerca de 15 minutos ao seu melhor tempo. Muito bom. A demonstrar que o treino, feito com cabeça, compensa.
Prova
A prova melhorou em relação ao ano passado: desta vez tinham vários abastecimentos sólidos (gel, marmelada, mel), que era algo que tinha faltado no ano passado.